SETEMBRO DOURADO – MÊS DE PREVENÇÃO AO CÂNCER INFANTO-JUVENIL
Setembro Dourado – Mês de Prevenção ao Câncer Infanto-juvenil
Por que Setembro Dourado?!
A criação das cores para cada mês do ano tem o objetivo de alertar sobre certas doenças e divulgar o esforço de diversas pessoas contra elas. Deste modo, os laços de fitas coloridos são usados como forma de conscientizar e chamar a atenção da população para as medidas de prevenção e combate as doenças, além de simbolizar cooperação e confraternização entre os cidadãos.
Ao longo dos anos, a determinação das cores dos meses para os movimentos de saúde ocorreram de maneira isolada e sem monitoramento. Devido a isso, a mesma cor foi adotada por movimentos diferentes, como no caso do mês de setembro que recebeu a cor amarela representando o suicídio e o dourado para representar a conscientização sobre o câncer infanto-juvenil (crianças e adolescentes entre 0 e 19 anos), para fins de evitar confusões .
O Setembro Dourado foi criado para alertar profissionais da saúde, pais, educadores e sociedade em geral sobre a importância de se atentar aos sinais e sintomas sugestivos do câncer infanto-juvenil, contribuindo com a sua detecção e tratamento precoces. Para isso a campanha conta com ações educativas nas redes sociais e palestras para os profissionais da área. Essas ações também visam reivindicar os devidos investimentos na assistência a esses pacientes que “valem ouro”, por isso o dourado foi a cor escolhida.
O Câncer Infanto-juvenil
O câncer é a principal causa de morte por doença em crianças e adolescentes na faixa de 5 a 19 anos no Brasil. Segundo especialistas, uma das alternativas para mudar esse dado é a atenção aos sinais e sintomas, uma vez que em crianças, adolescentes e jovens a doença tem evolução rápida.
Segundo o INCA e o Ministério da Saúde as estimativas para o ano de 2020 das taxas brutas de incidência de câncer por 1 milhão de crianças e adolescentes (0-19 anos) e do número de casos novos de câncer. De acordo com a publicação feita em fevereiro deste ano, os casos de câncer infanto-juvenil esperados para o Brasil para cada ano do triênio, serão 8.460, sendo 4.310 para o sexo masculino e 4.150 para o sexo feminino. É possível apontar ainda que o risco de câncer infanto-juvenil será maior na Região Sul, seguido pelas Regiões Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Norte. A inclusão dos números de câncer infanto-juvenil por estado é um avanço importante, explica Ana Cristina Pinho, Diretora-Geral do INCA. “Essa evolução pode auxiliar no aprimoramento das ações de saúde pública e controle da doença neste público específico”, destaca Ana. Atualmente, é possível afirmar que, em torno de 80% das crianças e adolescentes acometidos pelo câncer podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados.
Diferenças entre Câncer Adulto e Câncer Infanto-juvenil
As diferenças entre os cânceres infantis e de adultos consistem principalmente nos aspectos relacionados ao tipo do tumor, no comportamento clínico (evolução) e onde se originam. Nas crianças e adolescentes, a neoplasia geralmente afeta as células do sistema sanguíneo, o sistema nervoso e os tecidos de sustentação. Nos adultos, as células epiteliais, que recobrem os órgãos, são as mais atingidas. No câncer em adultos, sabe-se da ocorrência de mutações em decorrência de fatores ambientais, mas no câncer infanto-juvenil, ainda não há estudos conclusivos sobre a influência desse aspecto.
Tipos de Câncer em Crianças, Adolescentes e Jovens
O câncer infanto-juvenil engloba vários tipos de câncer. Os mais comuns são: as leucemias, que representa o maior percentual de incidência (26%), seguida dos linfomas (14%) e tumores do sistema nervoso central (SNC) (13%). Os mais “comuns” são: a) Leucemia – ataca os glóbulos brancos – leucócitos – encarregados pela defesa do organismo (maior incidência entre 1-4 anos); b) Linfoma – atinge a linfa, componente do sangue que atua na nutrição celular (maior incidência entre 15-19 anos); c) Tumor do Sistema Nervoso Central (SNC) – acomete o encéfalo e medula espinhal, obstruindo o fluxo de líquidos cerebrais (maior incidência entre 5-9 anos); d) Retinoblastoma – ataca a retina (olhos) (maior incidência entre 0-1 anos); e) Neuroblastoma – impacta o Sistema Nervoso Periférico, ocasionando a formação de caroços (maior incidência entre 0-1 anos); f) Tumor de Wilms – ataca os rins (maior incidência entre 1-4 anos); g) Osteossarcoma – agride os ossos, principalmente a área ao redor dos joelhos, e se propaga para os pulmões (maior incidência entre 10-14 anos); h) Sarcomas de partes moles – atinge os músculos (maior incidência entre 15-19 anos).
Atenção aos Sinais!
Na fase inicial, os sinais e sintomas do câncer infanto-juvenil podem se assemelhar a sintomas de doenças comuns da infância. Logo, é importante sempre avaliar.
- Palidez, hematomas ou sangramento, dor óssea;
- Caroços ou inchaços – especialmente se indolores e sem febre ou outros sinais de infecção;
- Perda de peso inexplicada ou febre, tosse persistente ou falta de ar, sudorese noturna;
- Alterações oculares – pupila branca, estrabismo de início recente, perda visual, hematomas ou inchaço ao redor dos olhos;
- Inchaço abdominal;
- Dores de cabeça, especialmente se incomum, persistente ou grave, vômitos (em especial pela manhã ou com piora ao longo dos dias);
- Dor em membro ou dor óssea, inchaço sem trauma ou sinais de infecção;
- Fadiga, letargia, ou mudanças no comportamento, como isolamento;
- Tontura, perda de equilíbrio ou coordenação;
Nestas horas, como é bom ter família e amigos!
É na busca pela cura que as crianças se deparam com inevitáveis mudanças em suas rotinas. Passando a vivenciar longas permanências em hospitais, a convivência com pessoas que não são seus familiares, a prática de procedimentos desconfortáveis, alterações em suas dietas, distanciamento de familiares, amigos, amigos da escola. Os adolescentes, por sua vez, percebem as alterações em sua imagem, o que transforma sua maneira de ser, e o faz viver num mundo novo e assustador.
Cada dia de tratamento é um novo desafio também para a família, que se une e se disponibiliza a permanecerem juntos, aprendendo a conviver com as limitações impostas pela doença e pelo tratamento, passando por angústias e incertezas que permeiam esse processo.
Descobrir um câncer não é fácil para ninguém. E ter medo do incerto, é normal. Mas é necessário manter a positividade e ter o suporte e companhia de pessoas queridas durante todo o processo. Ajuda a deixar o ambiente mais leve e diminui a sensação de solidão. Amor, carinho e atenção é o melhor remédio.
Descobrir a doença quando ela ainda está no início representa a possibilidade de qualidade de vida após a cura. A informação e a atenção são nossos maiores aliados na luta contra o câncer.
Saibam que vocês não estão sozinhos!
Fonte: